Tão de Perto é um espetáculo virtual que busca estabelecer uma relação entre o que somos e o que sou. Construído pelo Teatro Miçanga a partir de fragmentos, a peça é como um olhar para o espelho e uma pergunta: o que há ali? E se nos aproximarmos para melhor observar esses cacos, como somar nossas solidões? Com cerca de 35 minutos de duração, o espetáculo ocorre na plataforma Zoom e no YouTube.

A dramaturgia, de criação do grupo, convida a espectadore a observar, através de fragmentos, uma persona, representada pela atriz e pelos atores do grupo. No desenrolar da peça, a espectadore é apresentada a momentos, anseios, alegrias, medos e inquietações desta persona observada; momentos, anseios, alegrias que nos passam a todes, pois a proposta é que ela, a persona, componha um mosaico do Humano e não de um indivíduo específico. Eleonora Fabião, em 17/08/2020 no webinário organizado pela UFC, disse que “Um fragmento é um caminho de acesso ao mundo, (…) um vetor”: essa é nossa busca, apresentar cenas que retratam fragmentos da vida e do interior da persona e, desta forma, propor um caminho de acesso para compreendê-la. Durante a mesma conversa, Eleonora diz que “[um fragmento] retém toda a energia que o formou”, portanto, a partir deste acesso, a espectadore passaria a conhecer uma certa totalidade da persona. Uma certa totalidade de si próprie, uma vez que aquela que é observada é fragmentos do Humano. O espetáculo propõe ser um caminho de pensar a si, num mundo que está cada vez mais voltado à imagem do outro, seja em fotos de redes sociais ou narrativas recriadas de maneira virtual. 

A própria obra também é fragmentada. Poemas audiovisuais estão disponibilizados no Instagram do Teatro Miçanga (@teatromicanga) – eles são tanto o DNA da peça como também são os primeiros fragmentos com os quais o público pode entrar em contato. A apresentação em si, ocorre na plataforma Zoom e no YouTube.