O projeto “O espaço do espectador: pensando uma dramaturgia do espectador através de cartografias espaciais” foi uma pesquisa em teatro de rua que recebeu financiamento do Funcultura 2018. O título, que é quase um parágrafo, já traz um resumo do que queríamos, mas serei redundante: queríamos buscar uma forma de pensar a dramaturgia da espectadora, isto é, ela, no centro da obra, como condutora (ou pelo menos condutora de seu trajeto dentro da obra). Dentro das abordagens possíveis, tentamos fazer um recorte de análise utilizando o espaço. Uma pergunta norteadora (não elaborada em seu momento, mas que agora faz sentido) poderia ser: como conseguimos através do percurso e do espaço que a espectadora ocupa e vê, conduzir a leitura do todo? Ai começam a surgir algumas das questões que fomos tentando resolver: e para corpos que não reconhecem ou não se movem na cidade como o meu? Como posso pensar um trajeto deles e me aproximar do entendimento que eles fazem do espaço? Também surge a questão: como é pensar um trajeto (urbano ou não) dentro de uma peça teatral? E, por último e mais particular, como utilizar a poética rapsódica, que já era a pesquisa do grupo, dentro deste formato?
Tentando responder essas 4 perguntas, chamamos 4 pessoas para conduzirem vivências conosco ao longo da pesquisa:
Francis traz a experiência do Teatro do Concreto (e toda a bagagem de uma vida dedicada à arte) sobre teatro em deslocamento, trajetos e derivas. Aqui compusemos e investigamos como transformar a cidade em palco, a rua em universo.
Arilson trouxe sua experiência com teatro pós dramático, o “corpo-sim” de princípios da palhaçaria para jogá-lo na cidade/rua/espaço. Foi um momento de trabalharmos a dramaturgia e a ficção que o real nos provoca.